...alguma coisa coisa
aconteceu com ela...
Ela foi tocada e de alguma forma
abriu-se uma fresta em algum ponto da muralha e um raio de sol adentrou
aquecendo a superfície de gelo ali instaurada há muito tempo.
O calor aconchegante a ludibriou e
ela não sabe explicar como aconteceu.
Ela vive... ela respira... ela sente
que ainda pode sentir!
O raio de sol tocou o coração?
Não, ainda não; mas ela quer sentir, ela quer permitir que esse raio de sol
adentre ainda mais, no entanto as nuvens gélidas são pré-programadas e já se
movimentam para cobrir o raio de sol.
Ela está com as forças abaladas... a
razão grita com veemência, mas de dentro de si parte outra voz. As idéias se
misturam... Ela sabe que não deve ceder ao raio de sol para evitar tempestades
futuras, mas ao mesmo tempo ela quer voltar a sentir o calor: sem medo, sem
restrições, sem recusas!
Momentâneo?!
Talvez... É preciso
fechar os olhos e buscar o equilíbrio que foi afetado... E ela vai conseguir,
sabe que vai... Até porque ela tem consciência que paciência é uma virtude que
ela não tem e não quer... Também sabe que não pode esperar nada de
ninguém... Ela não entra em jogos e quando percebe jogadas muda a estratégia...
recua, refugia-se em sim, fechando-se em copas para renascer ainda mais
forte...
Força é necessária para sobreviver no gelo.